quarta-feira, 11 de maio de 2011

Roleta Russa

"Caught under wheel rolls, i take the leash, i'm bleeding me
Can't stop to save my soul, i take the leash that's bleeding me
I'm bleeding me... Oh, i can't take it!"


Pois é... Depois de um longo hiato, volto aqui ao meu recanto invisível pra escrever coisas que passam despercebidas a todos vocês... Afinal, não é nada demais, são só "problemas de outra pessoa", nada que realmente chame a atenção.
Sabe quando acontece algo tão insano, tão improvável, tão absurdo que sua percepção da realidade começa a se curvar e se contorcer até que seu cérebro não saiba mais o que é verdade, o que é delírio, e o que é simplesmente vazio? Pois é, estou tendo essas visões absurdas...
Às vezes simplesmente dá uma vontade de sumir, sei lá, morrer, não sei explicar, só pra tirar essas idéias absurdas da cabeça... É como estar sentado à borda de um grande poço de loucura, é ver a realidade derreter por entre os dedos, varrendo completamente o mundo real pra fora do seu campo de visão... Não sei explicar, só sei que é muito ruim.
Ruim também quando toda essa loucura vem acompanhada de um mal presságio, algo que diz que todos esses delírios são apenas um anúncio, como o fechar das cortinas, para que se possa rearrumar o cenário, para então abrir as cortinas novamente, e revelar o próximo ato, um ato que pode simplesmente acabar com a sua vida em um estalar de dedos... O suspense cada vez mais aumentando, enquanto procura-se uma saída, que parece não estar em lugar algum... E a impressão de que tudo vai ruir, mas de uma maneira tão rápida que não dá pra impedir. Algo como uma pancada absurda...

Pense numa maneira de matar uma formiga com uma bomba H, é mais ou menos isso...



quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Precious Little Life

"Guess who just got back today?
Them wild-eyed boys that had been away

Haven't changed, haven't much to say.
But man, I still think them cats are crazy"


Engraçado... Tem muuuito tempo que eu não atualizo isso aqui... Mais engraçado ainda... Eu nunca postei durante o dia.

Acho que sou essencialmente uma criatura noturna. Noturna e invisível, embora simples.

Isso me recorda de uma época aonde as coisas eram simples. Simples até demais, como aqueles desenhos de crianças de 5 anos aonde tem um sol, uma casa e uma pessoa... é sempre assim (de vez em quando tem uma árvore, mas ninguém liga pras árvores). Eu gostava daquela vida mais simples... gostava de "viver em 8 bits", sem problemas... Eu basicamente passava meus dias tentando assimilar conteúdo no colégio, depois voltava pra casa e simplesmente passava o tempo fazendo coisas aleatórias, sem me preocupar com nada... Eventualmente uma ou outra garota vinha jogar a verdade na minha cara, mas no geral isso não me incomodou durante a maior parte do tempo...
Era legal essa vida despreocupada, sinto falta dela. Falta de poder saborear os pequenos detalhes da vida (talvez por isso tenha engordado tanto, saboreei muitos momentos ahahhaha fail) tipo acordar cedo, e o sol simplesmente me deixar feliz por haver um dia todo pela frente e eu estar com uma rara disposição de passar o dia acordado.
Sinto falta de poder atravessar a rua e derrepente estar perto dos meus melhores amigos... e passar uma tarde despreocupada, sem que o mundo estivesse caindo na sua cabeça.
Hoje em dia tá tudo tão complexo. Queria voltar a viver em "8 bits", era muito mais dificil viver, mas em compensação era mais legal, a recompensa valia à pena.
Sei lá, só sinto falta.
Desculpem por esse post sem graça, eu precisava atualizar o blog :x

"Cara, se a sua vida tivesse um rosto,
eu daria um chute nas bolas dela"

domingo, 25 de julho de 2010

Insônia

Boa noite mais uma vez, caros leitores invisíveis... Faz algum tempo que vocês perdem minutos preciosos das suas vidas com meus textos ilegíveis, incompreensíveis e invisíveis =)
Alguns não satisfeitos vão além... Como por exemplo, perder tempo com vidas invisíveis... E é por isso que eu gosto tanto dessas pessoas, porque mesmo sabendo que é uma causa perdida, essas pessoas não desistem e correm atrás e são as melhores pessoas do mundo e etc =D

Mas sei lá... Ando meio sem controle. Agora pouco tentei dormir e não consegui, simplesmente porque percebi que não tenho controle sobre mim, estou realmente perdido, nada mais que um ser invisível jogado no espaço, no vácuo, no frio, no escuro, aonde ninguém vai ver, ouvir, ou sentir algo próximo de "vida", sem saber praonde ir, ou o que sentir, eu não sei mais nada.

É estranho porque uma hora você pode acabar percebendo que um passo em falso, um passo idiota pode mudar toda a estrutura da sua vida e acabar com ela... É como descobrir que no fim é tudo um sonho e você não viveu na verdade, como um delírio pré-embrionário...
Sabe, é bastante irônico isso tudo que se passa no mundo. Tentei sair um pouco dessa tal invisibilidade que tanto menciono, mas isso só me transformou em alguém ainda mais insignificante, é como uma superinvisibilidade (meio doido, né?), é estranha essa eterna busca pelo vazio, pois é isso que há no fim. Você passa a vida toda querendo que algo te complete, mas acaba se completando com mais vazio, mais vácuo, como um caça níquel de boteco, que promete te encher de dinheiro mas simplesmente acaba com o seu... Também é assim com as outras coisas, como se tudo na vida fosse aquele fantasminha do super mario world, que só chega até você se não estiver olhando...

No fim das contas, você corre e corre e corre e corre e corre mais que o forrest gump, e se ferra na vida pra quando estiver lá embaixo, perceber que o melhor lugar pra se estar é o lugar do qual saiu, e algo ri de você e diz "eu avisei!" >.<

Mas ainda sim é engraçado isso, como a gente corre pra morte... O ser humano é um suicida homeopático, que tem uma atração pelo veneno, que descobre no fim que a busca pela vida é o que vai drenando a sua energia vital aos poucos... Às vezes a gente só precisa ficar quieto.

Desculpem pelo post horroroso, mas pelomenos me deu sono.

domingo, 4 de julho de 2010

.

"And i'm so confused about what to do
sometimes i wanna throw it all away"

Sabe, é estranho tudo isso. O quanto as pessoas se adequam ao mundo. O quanto elas vão se simplificando, "cortando as arestas" a um ponto em que elas sejam reduzidas realmente a só um ponto no espaço, pois o ponto não tem arestas, e é mais facil de ser completamente entendido, completamente digerido... É difícil manter a plena existência nesse mundo veloz, esse mundo feroz aonde você não precisa ser algo, você só precisa parecer algo, pois nós andamos sem tempo pra entender essas coisas, então não precisamos de uma completa explicação, só uma imagem e uma legenda já está bom.

É meio sufocante pensar que pra ser aceito você tem que se reduzir, e se resumir, e se simplificar... Transformar a sua biografia de vida de 400 páginas em algo que caiba no twitter. É como se estivessemos voltando ao comportamento dos animais que nos deram origem... Não precisamos pensar. Só precisamos andar em bando. Pois somos animais pequenos, do tamanho dos nossos pensamentos e convicções. É como se fossemos seres bi-dimensionais, afinal, profundidade não faz mais diferença. Estamos deixando de ser o que éramos pra virar uma cópia resumida, um livro de bolso. Não temos mais pensamentos de grandeza, ou de alcançar lugares mais altos... Ao invés disso, nos anestesiamos com a presença de outras pessoas tão pequenas como nós, e simplesmente seguimos a programação... É o homo sapiens dando lugar ao nano sapiens... Pessoinhas que você precisa de um microscópio espacial pra enxergar alguma existência...

E ao contrário do que você pode pensar, essas pessoas estão bem próximas de nós, pode ser você, pode ser seu vizinho, o amigo do seu lado, bem provavelmente sou eu... Mas, hoje em dia, temos que nos adaptar ao mundo, e talvez isso seja só uma das heranças de darwin, a tal da seleção natural.... Estamos nos diminuindo pois a população está aumentando, e então, no futuro seremos trilhões de pessoas, com o mínimo de "essência" possível, para que todos compartilhem o mesmo espaço.

sábado, 5 de junho de 2010

Nanoinvisibilidade

"Don't believe me if i tell you that a word of this is true
Don't believe me if i tell you,
specially if i tell you i'm in love with you"

Derrepente o chão começa a sumir... Cada pedra do piso sendo arrancada e simplesmente engolida pela escuridão, ou pela claridade que começa a se formar, não há mais chão, não há mais nada em que se apoiar, e por isso continuo ali, parado, pois sei que não sairei do lugar...
Como um filme... Se você tirar o cenário, o fundo musical, as falas, a emoção, a cor. Não é cinema mudo, não é cinema, e também não é mudo, afinal, o som não existe.
O som não existe, a luz não existe, a matéria não existe, estamos inertes, aliás, a inércia também não existe, nem energia, espírito, alma ou qualquer outra manifestação de qualquer coisa.

É como um mundo eternamente vazio, branco... Aliás, o branco é a reflexão total da luz, e o preto é a absorção, então não existem também, pois não existe luz, e dessa maneira, não existem trevas também... O ar que eu respiro? Lenda. Aliás, não existem lendas, ou qualquer outra coisa que possa representar o imaginário, a consciência. Afinal, não existe consciência, não existe eu ou você ou aquele outro, uma eterna desconstrução do mundo como conhecemos, até não sobrar elemento algum, nem a existência do conceito de elemento, ou do conceito de conceito, ou da metalinguística que fala do conceito de conceito, enfim, nada disso existe...

Invisibilidade elevada à máxima potência, ou à mínima... A ponto de dividir-se na própria inexistência... Inclusive na inexistência do vazio... Desconstruí meu mundo ao tamanho menor que o da menor partícula existente, condensado, fechado em sua própria desconstrução... Todo um universo, que agora não existe, num big bang às avessas do qual não se tem volta, nunca.

"Don't believe a word 'cause words can tell lies
And lies are no company when there's tears in your eyes."

terça-feira, 1 de junho de 2010

Rainy Days Revisited

So you feel it, just wrap it up and seal it...
And deal with it, when a rainy day comes along.

Sabe, estranho começar o post com essa música do hellacopters... Quer dizer, nem tanto. Hellacopters é de certa forma nostálgico pra mim. Não que tenha algum significado especial cósmico sobre algum acontecimento específico, apenas é nostálgico, como as tardes que eu passava vegetando em frente à tv... Primeiro era a tv manchete com seus desenhos ainda mais nostálgicos, depois uma infinidade de outros canais e então a MTV, até o dia em que eu desisti dessa história de vegetar em frente à tv e resolvi migrar meu vício pra internet... Então aqui estou novamente, alimentando um dos meus alter-egos (que na verdade não sei se é a expressão correta, já que são muitos fazendo parte de um só), o pseudo-escritor, que não acha a minima graça em arrumar tudo em versinhos e só faz isso quando o alter-ego bobo apaixonado pede.

Mas é engraçado, apesar de tudo... É engraçado eu começar meu post com uma música que fala de chuva. Lá quando chovia muito era o inferno na terra.
Me lembro de um dia quando tivemos que usar tábuas pra sair pra calçada... E que a pobre velhinha nunca conseguia sair de lá sozinha... E uma série de outros detalhes insólitos, como o pátio que inexplicavelmente virou uma espécie de cemitério de cadeiras, com "divisórias" feitas de velhas mesas, e como aquelas rampas eram idiotamente baixas, de maneira que uma pessoa um pouco mais alta podia bater a cabeça ali com facilidade (aconteceu comigo uma dúzia de vezes, pelomenos), e como as escadas eram mais fáceis de descer do que de subir (é lógico que a animação pelo soar do sinal também ajudava nessa impressão), e uma infinidade de mínimos detalhes, detalhes que fazem a vida ter sentido. Pensando bem, foi lá que aprendi a viver, afinal... Olhando assim o conhecimento adquirido parece até algo secundário comparado à vivência, à experiência que se traz... Talvez seja.

Mas é estranho, voltar lá depois desses anos, e ver tudo passar como um filme, ver como certas memórias nunca morrem, como certas coisas nunca se vão, e como ainda que sua alma viaje o mundo todo, ela ainda continua com pontas amarradas à alguns lugares, ou pessoas... Incrível voltar lá e ainda sentir a mesma sensação de estar em casa, de que poderia passar mais dez anos lá, e reviver todas aquelas coisas... As amizades, as partidas de buraco, a descoberta das coisas da vida, e tudo mais...
Hoje em dia, as amizades que eu ganhei lá tomaram rumos diferentes, como árvores... As boas evoluiram, cresceram, e criaram galhos, se ramificaram em muitas outras amizades não tão grandes, mas boas... As ruins, bem, as ruins morreram antes de dar fruto algum.
O gosto musical, criado lá, também evoluiu, se multiplicou... Passou a somar ainda mais e jogar fora apenas o que não tem mais proveito, aparar as arestas.
O conhecimento, um pouco enferrujado, mas nunca obsoleto, continua a me ajudar quando preciso, a ser um trampolim pra saltos mais altos, pra quem sabe então me agarrar à alguma coisa lá em cima, algo que me faça crescer mentalmente, financeiramente, socialmente, enfim...
A pouca mas útil experiência que eu tenho, eu tenho graças à base que recebi lá. Talvez seja nostalgia, talvez seja insanidade, talvez eu só esteja sendo grato demais...
Mas ainda que eu fique 20 anos sem ir naquele local, ele continuará como esteve nos primeiros 20 anos de minha vida, ainda que na memória, nas memórias... Mas eu sei que ele sempre estará lá, como um irmão maior... Só que de concreto, e com um relógio que não funciona.

terça-feira, 25 de maio de 2010

The cake is a lie.

"Well, i passed you in the doorway, and you took me with a glance
I Should have took that last bus home, but you asked me for a dance"

Um belo dia você acorda, e as coisas não estão mais lá... Você abre o armário, e suas roupas não estão lá... As que estão lá cabem em você, mas definitivamente não são suas. As coisas na geladeira também mudaram, assim como os móveis da casa, e aquela mochila que você usava pra ir trabalhar...
Você corre pro quarto, o refúgio, o único lugar de segurança, aonde acredita que nada aconteceu, e que todas as suas coisas estão lá... Mas não estão. É como ser acertado por um tiro à queima roupa... Cadê os cds? Os filmes?
E está se tornando cada vez mais inquietante, agoniante. É como perder a identidade, ter o coração arrancado do peito e simplesmente não sangrar.
O mundo está desabando aos seus pés... "E agora, o que fazer?"
Não dá mais pra voltar ao que era. Não dá nem pra cogitar seguir nessa realidade distorcida e irritante. Talvez dê pra improvisar algo novo, algo trabalhoso e talvez tedioso... Puro "sangue, suor e lágrimas" a la Churchill.
Não sei se é algo bom, algo ruim, ou só algo estranho (não estranho da maneira idiota e desconexa que é Lost, só estranho... como Akira), mas quando mudam-se todas as peças do jogo e também o tabuleiro, as coisas podem ficar estranhas, muito estranhas, estranhas até demais, a ponto de você não reconhecer mais quem é/quer o que nesse eterno conflito de interesses que é a vida. Um jetlag fatal, com direito a enjoo de vôo e tudo...