quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O invisível por si só...

Olá, meu nome é Marcus, mas pode ser Toddy, ou Fofão, ou Vinicius, ou Gordin, enfim... Podem me chamar de inúmeros nomes, eu respondo... Ao contrário do que pensam, não sou mal educado, ou metido; sou apenas exageradamente tímido, e um tanto inseguro a respeito de mim... Isso explica as burradas, as gaguejadas, os erros de português e as más escolhas, em especial as más escolhas.

Não sei quando isso começou... Talvez tenha sido quando comecei a perceber que não era igual a todo mundo. Ou quando tentei ser igual a todo mundo, e caí de cabeça. Talvez tenha sido até o dia em que via que era o único ser completamente solitário num raio de milhões de kilômetros... Ou quando percebi que não há lugar no mundo para mim; talvez porque eu não seja mau o suficiente para viver essa vida dura e etc, etc, etc... Mas eu acho que comecei a cavar minha cova lá no começo... Quando vim ao mundo, rodeado por pessoas torpes e perturbadas, aonde depois de tanto tempo, faço a justiça de incluir-me... E foram matando, pouco a pouco, a confiança que tinha, a felicidade que tinha... Às vezes acho que morri quando criança, e faltei a meu próprio funeral...

Tudo bem que de lá pra cá, muita coisa "aconteceu"... Veio o CPII, o M.A e as tardes andando no méier, o VoVo com as partidas de KoF, e veio o gosto pela música, a primeira guitarra, o primeiro gosto de liberdade, o primeiro amor platônico, o primeiro fora contundente, o segundo amor platônico, o segundo fora contundente, as peladas no vitória, a primeira perda de um parente próximo, a primeira matada de aula, o primeiro vestibular, a primeira repetência e a perda do pouco de confiança que me restava, veio a 304 que eu queria morrer quando entrei mas aprendi a gostar da galera, e veio o primeiro vestibular que passei, a primeira faculdade, e logo a primeira desistência; a primeira ida à lapa e boates em geral, a segunda, a terceira, e juro que ainda não aprendi a me portar lá dentro; veio também a auto-escola, e a carteira de motorista, e a paixão por carros, e os sustos que eles ja me deram; e o primeiro emprego, o primeiro salário, e todas essas coisas... Mas sinto como se nada disso tivesse realmente acontecido; e sobrou só o vazio... Maldito vazio...

Não que eu não tenha curtido as noites jogando videogame, e as pessoas com quem passei essa época... Na verdade, se vocês estiverem lendo, saibam que gosto ainda de vocês, mais do que possam pensar... Mas não sei, sinto que perdi muita coisa.
Talvez por causa do meu jeito recluso e pessimista, fruto dos meus insucessos em tentar viver, eu não consigo fazer mais nada que possa satisfazer o que sinto... É patético mas é real, um pesadelo tão real quanto cruel... Eu simplesmente não entendo; tem tanta gente que era pra ser tão inexistente quanto eu, mas pq só eu sinto esse vazio? Essa sensação de invisibilidade, inutilidade, essa coisa de ser um nada, alguém que não deixou saudades, e nem vai deixar.
Dizem que no mundo você tem de deixar sua marca... A minha vai ser passar mais despercebido do que jamais fizeram....


Sabem... Eu realmente me sinto sozinho, mas é por que sinto falta de uma vida melhor... E uma vida melhor não se vive sozinho...


Agora já tenho muita coisa que me faltava, mesmo sem viver... Já trabalho, embora sinta vontade de sair desse manicômio que eu chamo de lar. Já esboço reação de quem quer viver, embora eu seja desprezível demais ainda, o suficiente pra não ser considerado uma pessoa... Mas tenho esperança que, um dia, a minha existência ainda vai ter cor, e forma (embora todo mundo já saiba que será redonda :\ ), e tudo o que ela tem direito... Com sorte, acho até um amor alcançável... (na verdade eu já tenho um, mas esse é pra sempre <3, falo dos possíveis, embora deseje muito que seja esse) E consiga evoluir de loser, pra loser que existe...

"Some will win, and some will LOSE, some were born to sing the blues..."